A Situação do Oriente Médio: Agosto de 2006

 

 

Três Fluxos de Força

 

Em Astrologia Esotérica, existe um triângulo de forças condicionadoras relacionado às três grandes constelações da Ursa Maior, de Sírio e das Plêiades. É desse conjunto de constelações que todas as energias emanam e chegam até o nosso sistema solar. Isso inclui todas as energias dos sete raios e do zodíaco, mais as das três constelações. Uma forma de considerar esse fluxo de força é através do seguinte diagrama:

 

I

Vontade. Propósito

 

Espírito

1. Ursa Maior............................

Cósmico

 

2.Leão.........................................

Zodiacal

 

3.Saturno.....................................

Sistêmico

 

4.SHAMBALA..............................

Terra
Centro da cabeça planetário

 

5.Centro da cabeça.....................

Iniciado

Propósito egóico

 

6.Base da espinha......................

Iniciado

Vontade pessoal

II

Amor-Sabedoria

 

Consciência

Sírio..............................................

Cósmico

 

Peixes...........................................

Zodiacal

 

Urano............................................

Sistêmico

 

HIERARQUIA...............................

Terra
Centro cardíaco planetário

 

Centro cardíaco ........................

Discípulo

Amor egóico

 

Plexo solar ...............................

Discípulo

Desejo pessoal

III

Inteligência Ativa

 

Forma

As Plêiades

Cósmico

 

Capricórnio

Zodiacal

 

Mercúrio

Sistêmico

 

HUMANIDADE

Terra
Centro ajna planetário

 

Centro ajna

Aspirante

Mente espiritual (abstrata)

 

Centro laríngeo

Aspirante

Criatividade pessoal


Tabela I: Três Fluxos de Força [1]

 

O diagrama demonstra os seis estágios de precipitação, desde as maiores vidas estelares até o aspirante no caminho, ou desde a fonte até o “alvo”. O leitor notará que, na coluna 1 (Vontade, primeiro raio), Shambala está junto com Leão e Saturno, enquanto que, na coluna 2 (Amor, segundo raio), a Hierarquia está junto com Peixes e Urano. Da mesma forma, na coluna 3 (Inteligência, terceiro raio), a Humanidade está junto com Capricórnio e Mercúrio. Todos os conjuntos de planetas e signos atuam como condutores de forças elétricas, vitais e sutis tremendamente poderosas, que literalmente “emanam das alturas”.

 

Enfocando, por enquanto, nas duas primeiras colunas, os estudantes de Astrologia notarão que, no momento, em 2006, Saturno está transitando em Leão e Urano está transitando em Peixes. Esses trânsitos respectivos devem estar ativando os chakras planetários e humanos associados a esses dois fluxos.

 

Os Ciclos de Urano em Peixes e de Saturno em Leão

 

A combinação desses dois planetas nos signos respectivos não ocorre com muita freqüência. Geralmente, um ciclo é de 86 anos, seguido por um de 411 anos, alternando permanentemente ao longo dos séculos. Os espaços entre essas datas são 86, 411, 86, 411, 86, 411, 86, 86, 411.

 

Nas datas mais recentes, os períodos menores, de 86 anos, parecem ser mais intensos e de crescimento mais acelerado, como, por exemplo, o que ocorreu entre os anos de 1417 e 1504, que testemunhou a Renascença européia. O ciclo de 1919 a 2006 está terminando, estendendo-se do fim da I Guerra Mundial até agora, e a maioria de nós concordará que este foi um dos períodos de crescimento mais extraordinários de toda a história humana.

 

Entretanto, uma das anomalias mais curiosas ocorre com esse padrão cíclico, pois existem atualmente dois ciclos sucessivos de 86 anos. A última vez em que isto ocorreu foi de 259 aC a 84 aC. Em 2006, estamos no fim de um ciclo de 86 anos e no início de um novo ciclo de 86 anos, por isso a intensidade do momento presente: um duplo estímulo de crescimento. Pode ser também uma oportunidade única para unir as forças de Amor e de Vontade, de uma maneira que nunca foi feita em qualquer outro ciclo.

 

Saturno e Urano: Senhores do Karma

 

Também é importante considerar que os dois planetas estão relacionados ao Karma, embora Saturno seja o mais conhecido. Urano, por ser o regente do sétimo raio de Ordem Cerimonial e Magia, pode apropriadamente ser chamado de um dos Quatro Senhores do Karma neste sistema solar.

 

“As forças desse raio [sétimo] se manifestam no sétimo plano ou plano físico — o plano onde são feitas as mudanças mais importantes em todas as formas e onde o discípulo deve permanecer firmemente enquanto faz suas iniciações. Este sétimo raio conduz o mundo das forças a uma atividade organizada e dirigida sobre a esfera externa de manifestação, e produz a precipitação do karma”. [2]

 

Os dois planetas têm ciclos de sete anos: Saturno, de 28 anos (7 x 4) e Urano, de 84 anos (7 x 12 ou 28 x 3). Saturno representa o “anel-não-se-passa” do sistema solar, enquanto Urano significa o que vai além e empurra para além dos limites de Saturno, pelo menos exotericamente falando.

 

Os dois planetas estão relacionados à manifestação de idéias na forma. Saturno está intimamente relacionado à criação das estruturas geométricas das formas-pensamento, como elas existem no plano mental, e com o processo de precipitá-las ou “ancorá-las” no físico, principalmente através de seu signo Capricórnio. Urano está intimamente associado com o plano físico, mas também com o Espírito que procura se expressar na Matéria.

 

Saturno em Leão e Urano em Peixes

 

Curiosamente, Leão é o festival espiritual do futuro (mesmo agora) no qual as forças de Sírio (Amor-Sabedoria) serão invocadas conscientemente, mas o Tibetano nos diz que a associação de Leão com Sírio é “em sentido cósmico (...) e completamente à parte do nosso sistema solar”. [3]

 

Por isso, a Tabela I está relacionada ao modo como os “três fluxos” de energia funcionam dentro do sistema solar, e não fora dele; são três fluxos que são parte de um poderoso rio cósmico. A Tabela I mostra Peixes, e não Leão, na linha Síria de Amor. Isso é extremamente apropriado, pois o segundo raio de amor-sabedoria é vertido através do Peixes de compaixão.

 

Ainda, Leão, na Tabela I, está na linha da Vontade, bem adequado, já que a força do primeiro raio é vertida através desse signo de governo e controle. Leão é único neste sentido, pois corporifica não somente a vontade mas também o amor do coração de leão, [4] essencial para um rei benevolente reger. Alternativamente, Peixes corporifica a Vontade, se considerarmos Plutão (raio um) como regente de alma desse signo.

 

No entanto, Leão–Saturno expressa Vontade na linha de primeiro raio e Peixes–Urano expressa amor na linha de segundo raio. Enquanto Urano e Saturno estão transitando nesses respectivos signos, existe um tipo de “recepção mútua” esotérica e uma oportunidade para explorar as relações entre as duas linhas de força. Os dois planetas, no momento, estão em “quincúncio” um com o outro — Peixes de água e Leão de fogo: um desafio, razoavelmente difícil, de unificar dois elementos diferentes. Isso põe a ênfase na importância de cultivar um contínuo relacionamento e uma síntese final entre a Hierarquia e Shambala, entre os discípulos e os iniciados, entre o coração e a cabeça etc.

 

Shambala, a Hierarquia e a Humanidade

 

Esses três centros constituem o centro da cabeça, o cardíaco e o laríngeo do planeta.

 

Shambala, “onde a Vontade de Deus é conhecida” — a cabeça do “governo espiritual”, o Ancião dos Dias, ou Sanat Kumara, dirige o Propósito Planetário.

 

A Hierarquia, os Mestres de Sabedoria, que são os ministros neste “governo”, que assistem e guiam as almas humanas com inspiração, compaixão e não-interferência.

 

A Humanidade, que tem o livre arbítrio kármico de determinar criativamente seu destino; que, como o centro ajna, distribui as forças espirituais através do alinhamento com a Visão, produzindo uma integração cada vez mais perfeita.

 

O “Grande Plano” é ter esses centros trabalhando em concerto uns com os outros, o estabelecimento de “corretas relações humanas... de uma correta interação”. [5] O resultado desse processo é a fusão dos três fluxos para criar um “grande Ganges”, que é um reflexo do “poderoso rio cósmico” mencionado acima.

 

Esse rio flue com grande força e intensidade e, em suas profundezas, contém uma calma surpreendente, que é, literalmente, o poder da paz. É dito que Shambala é “o lugar da paz absoluta, (...) um lugar de determinação serena e de vontade intensa, profunda e silenciosa”. [6]

 

Jerusalém, o “Lugar da Paz”

 

Esta cidade tem sido tudo menos pacífica (ou sagrada) durante os últimos dois mil anos. Tem testemunhado a mortandade de dezenas de milhares de pessoas em nome da religião — Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Essa é a Jerusalém pisceana, baseada em ideologias distorcidas e aderências fanáticas a um deus particular escolhido.

 

“Existem algumas áreas muito negativas no mundo de hoje, através das quais as forças de escuridão podem atingir a humanidade. Quais são essas áreas e onde elas estão, eu não tenho intenção de dizer. Mas, eu indicaria que a Palestina não pode mais ser chamada de Terra Santa; seus lugares sagrados são apenas relíquias transitórias de três religiões que já estão mortas e que já passaram. O espírito dessas antigas crenças já se retirou e a verdadeira luz espiritual se está transferindo para uma nova forma que se manifestará na terra, finalmente, como a nova religião mundial. Tudo o que é verdadeiro, correto e bom nas formas antigas contribuirá para essa nova forma, pois as forças da luz retirarão este bem e o incorporarão na nova forma. O judaísmo é velho, obsoleto e separatista, e não tem nenhuma verdadeira mensagem para os de mentalidade espiritual que não possa ser melhor transmitida pelas crenças mais novas. A fé islâmica serviu ao seu propósito e todos os verdadeiro maometanos esperam a vinda do Imam Mahdi, que os conduzirá à luz e à vitória espiritual. A fé cristã também serviu ao seu propósito; seu Fundador procura trazer um novo Evangelho e uma nova mensagem, que iluminará os homens de todas as partes do mundo. Portanto, Jerusalém, hoje, não representa nada de importância, exceto pelo que já passou e que deve passar. A ‘Terra Santa’ não é mais santa, mas foi desacralizada pelos interesses egoístas e por uma nação basicamente separatista e conquistadora” [7] (itálico do autor).

 

Palavras muito fortes essas do Mestre, mas, mesmo assim, até hoje, não foi mostrada nenhuma evidência de que o “leopardo” mudou de lugar. A Jerusalém aquariana não será um local físico na Palestina, mas um estado de consciência, conquistado através da cooperação humana e da unidade grupal. É a consciência de um coração desperto que consegui dominar a mente inferior separatista e que equilibrou os pares de opostos nos planos astral e mental. Essa Jerusalém vai operar como o coração planetário e como um reflexo da Vontade planetária que emana do centro da cabeça e “lugar de paz” maior, Shambala; será também o reflexo de uma cooperação mútua mais avançada entre a Humanidade e a Hierarquia.

 

Israel, Líbano e a Paz Mundial

 

Os tristes acontecimentos das últimas semanas (julho–agosto de 2006) podem trazer o conflito do Oriente Médio, finalmente, a um ponto em que, talvez, se encontre uma solução, uma completa destruição ou, simplesmente, uma guerra sem fim. A paz é uma condição desejada por qualquer pessoa de boa vontade, mas, quando esses pontos de crises explodem e vêm à superfície, quão efetivas serão marchas de paz, vigílias com velas e abaixo-assinados? Isso não é um pouco como “fechar a porta depois que o ladrão já robou”? Sempre agimos ou aprendemos atrasados (retrospectivamente). Quando a humanidade aprender a viver no agora, a ação correta será então empreendida e não ocorrerão conseqüências desastrosas. Até que não sintamos realmente a dor, como resultado da ação errada, o nosso grito de ajuda por “alguém que nos salve” não será emitido.

 

Existe uma preocupação realmente altruística por paz ou é algo motivado egoisticamente em um esforço para eliminar o conflito de nossas vidas? É para fazer-nos sentirmo-nos bem, aliviando alguma culpa existêncial? Provavelmente, para a maioria, é um pouco dos dois. Quanto temos trabalhado dentro de nós, em nosso “desarmamento interno”, nesses períodos entre explosões? Ativistas da paz (ou “reativistas”) geralmente demonstram antagonismo e agressão.

 

No entanto, as meditações grupais podem ser eficazes, mas somente se a mente grupal unida é forte o bastante para concentrar o pensamento e depois projetá-lo. Dentro dessa linha, existem algumas iniciativas muito valiosas. Contudo, que grupo ou grupos são capazes de fazer isso em um esforço coordenado e conjunto e em uma base mais ou menos regular ou permanente? Quantos inidivíduos têm a habilidade de se concentrar de verdade, fechando completamente a porta da mente inferior para entrar no campo da alma/mente superior, o lugar onde a mais efetiva meditação e direcionamento do pensamento pode acontecer? Que indivíduos ou grupos até mesmo se incomodam de pelo menos adquirirem essa habilidade? Assim como podem ser levantadas questões quanto aos métodos alternativos para influenciar a paz mundial, também podem ser questionados os esforços meditativos para a paz mundial, porque isso pode ser algo ineficaz, ou mesmo perigoso, se não for praticado corretamente.

 

Isso nos traz à pergunta sobre a responsabilidade individual pela construção da paz, dentro de um contexto mundial maior, porque os nossos confitos, internos e externos, que não foram resolvidos, contribuem para a expressão dos conflitos que existem em qualquer lugar dentro do corpo planetário. O menor nutre o maior e vice-versa, em um padrão que se repete, e temos que descobrir o ponto certo para romper este circuito. O mesmo deve ser feito com o ciclo de vigança do “olho por olho e dente por dente” no Oriente Médio.

 

Como muitos estudantes sabem, a raça judia funciona como o plexo solar planetário, [8] onde é processada muita coisa da natureza de desejo e emocional da humanidade. Ela é uma “usina kármica de limpeza”, como foi chocantemente descrito. [9] Por isso, o conflito em Israel, onde aproximadamente um terço da raça judia vive, não é apenas “problema deles”, é problema da humanidade. Isso dá peso à afirmação de DK de que, quando o problema dos judeus for resolvido, o problema da humanidade também estará resolvido, porque os judeus são apenas um microcosmo concentrado da humanidade — expressando desde os melhores até os piores traços da raça humana. O judeu é o filho pródigo proverbial, buscando seu caminho de volta para a casa do Pai.

 

“A paz tem relação com o lado emocional da vida e foi a meta nos dias Atlantes, quando a paz era um importante tema espiritual. Porém, a paz e o amor pela paz podem ser um soporífero mortal. (...) Ela tem, geralmente, um propósito egoísta, e as pessoas anseiam por paz porque querem ser felizes. A felicidade e a paz virão quando houver corretas relações humanas. Paz e guerra não são um verdadeiro par de opostos. Paz e mudança, paz e movimento, são os verdadeiros. A guerra é apenas um aspecto da mudança e tem suas raízes fincadas profundamente na matéria. A paz geralmente desejada e comentada diz respeito à paz material e, em todos os casos, está relacionada à personalidade, quer seja a personalidade individual ou a da humanidade como um todo. Por isso, eu não lido com a paz, mas estou preocupado com o amor, o qual, geralmente, perturba o equilíbrio da matéria e das circunstâncias materiais, e pode, conseqüentemente, trabalhar contra a assim chamada paz”. [10]

 

A passagem acima não foi citada para desculpar os acontecimentos atuais, de modo algum. Os comentários de DK sobre o amor são tremendamente iluminadores, dizendo que ele “perturba o equilíbrio da matéria”. Da mesma forma, o reaparecimento iminente dos Mestres de Sabedoria, culminando com o retorno do Cristo, paradoxalmente, produz conflito. A matéria de todos os reinos está “remexida” e procura equilibrar-se com as vibrações mais elevadas vertidas sobre o planeta — isso está acontecendo agora.

 

Manter a paz interna significa não se identificar com o conflito que acontece à nossa volta ou com a dieta monótona de dor e violência dos noticiários. O artista marcial calmo e frio não se identifica com o conflito, tendo resolvido os pares de opostos na equação Libra–Áries (paz–guerra).

 

Incidentalmente, a paz do Buda é a de budi, relacionada àquela intuição pura que habita além do reino mental, a meta de liberação para a humanidade.

 

A Responsabilidade Kármica de Israel

 

O período da Lua Cheia de Leão de 2006 caiu diretamente sobre o Saturno de Israel — durante o segundo retorno de Saturno, desde a sua criação em 1948. Saturno, o Senhor do Karma, traz lições e testes difíceis para a nação. Talvez esteja pesando os pratos da balança e determinando a viabilidade do futuro de Israel como nação. Esse processo acontece com todas as entidades humanas ou nacionais, entre as idades de 56 e 63 anos, sendo as duas idades ciclos de sete anos. O retorno de Saturno acontece no meio desse período. [11]

 

“Responsabilidade kármica” é uma expressão bem saturnina e naturalmente muito apropriada para a raça judia, regida por Capricórnio–Saturno. As ligações entre a raça judia, Israel e a Tabela I são numerosas:

 

Tabela I: Linha de Primeiro Raio (Leão e Saturno)

 

1. A raça judia tem uma alma de primeiro raio e uma personalidade de terceiro raio/Capricórnio, regido por Satuno.

2. Israel tem Saturno em Leão.

 

Por isso, seu ponto de menor resistência é ser ditatorial, usando a agressividade e a força (raio um, vontade).

 

Tabela I: Linha de Terceiro Raio (Capricórnio e Mercúrio)

 

1. A personalidade da raça judia é de terceiro raio/Capricórnio.

2. A alma da raça judia é de Virgem, regido por Mercúrio.

 

Mercúrio e o quarto raio de Harmonia Através do Conflito, que é regido por ele, desempenham uma grande parte no destino da raça judia: [12]

 

“Esse quarto raio é preeminentemente o caminho do buscador, o investigador e o refletor sensível da beleza. A nação judia tem uma estreita relação com o quarto raio e com a quarta raça raiz, por isso sua eminência atual no mundo da arte, e por isso, também, a magnitude de sua peregrinação e busca simbólica e sem fim”. [13]

 

A raça judia e Israel têm conexões fortes com a linha de primeiro raio e a de terceiro raio, como mostrado na Tabela I. Mas, em nenhum lugar pode-se encontrar muito para identificá-la com o fluxo que está no meio ou a linha do amor. Isso é muito interessante, dado o fato de que a raça judia, coletivamente, representa o centro do plexo solar do planeta, o chacra responsável pelo processamento da natureza de desejo mundial e pela elevação dessas forças para o centro cardíaco. Será que isso é assim porque o primeiro e o terceiro raios oferecem algum tipo de desapego emocional no seu papel como plexo solar?

 

Sob essa luz, é fascinante considerar o horóscopo libanês. Dois entre três mapas propostos, de 1941 a 1944, têm a Lua em Peixes. Peixes, como o leitor lembrará, é o signo zodiacal que está no meio, na “linha do amor”. Por isso, podemos ver qual a solução óbvia, quer o problema seja o dos palestinos em Gaza ou o dos libaneses:

 

É responsabilidade de Israel ter a sabedoria de cooperar em uma atmosfera de confiança mútua (um encontro/casamento da vontade e do amor?), ao invés da reação contínua de medo e da solução da “mão pesada” sobre os seus vizinhos.

 

É responsabilidade de Israel iniciar e efetuar uma solução, por causa da natureza como ela se restabeleceu na Palestina, depois de 5000 anos ímpares. É alguma surpresa que o mundo árabe esteja tornado-se cada dia mais cheio de raiva e ressentimento contra Israel? Para quantos da população árabe essas emoções de raiva e ressentimento estão cristalizando-se e se transformando em ódio profundo? Os extremistas radicais islâmicos e os terroristas complicam o problema e não têm, necessariamente, os interesses dos árabes em seus corações.

 

Invadir o Líbano foi um exercício político totalmente fútil, que nunca vai conseguir eliminar o Hezbollah; vai somente provocar mais dor e danos, que custarão milhões de dólares e muitos anos para serem reparados; vai criar gerações incorrigíveis de lutadores pela liberdade, que nutrirão em seus corações o ódio por Israel e farão tudo o que possam para opor-se a ele.

 

A solução para Israel é relativamente fácil e talvez possa parecer simplista e até banal: ele só precisa adotar o mandamento “ame ao seu próximo”, que Moisés trouxe do topo da montanha. Na verdade, a determinação do Cristo para toda a humanidade foi: “Eu escrevi um novo mandamento: (...) amai-vos uns aos outros” (2 João 5).

 

Se Israel adotasse o “fluxo do meio” da Tabela I, a “linha do amor”, eles “ganhariam” seus vizinhos mil vezes. Se Israel continuar com a sua atual conduta, vai simplesmente cavar sua própria sepultura. Vai atrair tantos inimigos das nações árabes à sua volta que pode ser vítima de ataques desastrosos de todos os lados.

 

Mais ainda, é responsabilidade de Israel promover uma paz duradoura, porque a raça judia (através de sua expressão em Israel) é um “irmão mais velho” para os seus vizinhos — logo, deveria saber melhor do que eles. Esse é um fato esotérico e relativamente “improvável” para alguns; seu mistério jaz oculto na noite dos tempos e relaciona-se com a evolução avançada da mente, como um reflexo inferior da Vontade. [14]

 

Recentemente, quando estive em Jerusalém e visitava a cidade antiga, fiquei chocado ao saber que esteve sitiada durante dois mil anos ou mais; ela está mergulhada no sangue de muitas batalhas. Embora não tenha sido sitiada enquanto eu estava lá, o “estado de sítio mental” era muito forte: pontos de vigilância, fortemente armados, contra ataques suicidas em todos lugares; uma palpável tensão no ar que se manifestava em freqüentes “batidas”; empurra-empurras em filas; uma grande desconfiança entre judeus e árabes.

 

Uma ironia relacionada ao holocausto é que, por muitos anos, Israel tem mantido os palestinos em campos de concentração virtuais, nos abrigos para refugiados da Palestina. Estava fazendo a mesma coisa no sul do Líbano ao impedir suprimentos humanitários essenciais e bombardeando qualquer coisa que se movesse, tal foi seu desespero ao não ser capaz de conter o Hezbollah nos poucos dias que se acreditava que seria o bastante.

 

Essa atitude ditatorial e um tanto tirânica de Israel é sua Lua em Leão e Saturno em Leão, mas também é a força distorcida da energia da alma de primeiro raio. Saturno expressa energia de primeiro raio.

 

Podem ser apresentadas muitas razões para responsabilizar o Hezbollah, o Hamas ou os sírios por este conflito, mas a base de tudo é que Israel está lidando com as conseqüências de suas ações iniciadas no ano de 1948, de como a terra foi adquirida ilegalmente e através da força, além do enorme deslocamento de árabes causado naquele tempo. Os árabes estão lutando, em primeiro lugar, por uma parte do que era deles.

 

Dificuldades em Diagnosticar o Problema Judaico

 

Deve-se relembrar que este artigo não é para colocar a culpa nos judeus, mas buscar as causas desse problema quase insolúvel. É para tentar despertar a consciência através da informação de fatos concretos e dar uma visão esotérica do problema. É muito difícil fazer críticas construtivas para apontar a responsabilidade que deve ser assumida sem ser acusado de anti-semitismo, de “diálogo de paz inadequado” e outras qualificações.

 

Por causa de séculos de perseguição, dentro da psicologia do povo judeu, compreensivelmente, foi desenvolvido um complexo de perseguição racial. O holocausto aconteceu, mas também foi “dramatizado” e explorado ao máximo, algo que se traz para casa quando se faz uma visita ao Museu do Holocausto em Jerusalém, o que é uma confrontação emocional. Existe também muita manipulação, exagero e propaganda na mídia, e isso criou uma forma-pensamento poderosa — que tenta derrubar qualquer observação “negativa” sobre os judeus, acusando de “anti-semita”; até os críticos judeus são submetidos a isso.

 

Alguns judeus, principalmente os sionistas, criaram um tipo de chantagem que abafa qualquer comentário ou análise. Será que vamos pisar em ovos ao tentar falar sobre esse assunto, tornando-nos reféns desse tipo de atitude?

 

Há também alguns estudantes que afirmam que o que DK disse sobre os judeus nos anos 40 agora não serve mais, porque muitas coisas já se modificaram; ou que não é construtivo ou politicamento correto para encontrar soluções. Isso pode conter alguma verdade, mas, em essência, é um escape dos problemas que estão por trás do que aconteceu em 1948 e em datas anteriores. A linha divisória é muito fina, pois, para poder encontrar uma solução, deve-se assumir a responsabilidade e a “autoria” e ser capaz de fazer uma análise genuína e acurada. A passagem seguinte resume essas visões:

 

“O problema do judeu não será resolvido com a posse da Palestina, nem através de reclamações, exigências ou manipulação financeira. Isso seria apenas o prolongamento de uma antiga possessivdade errada e material. O problema será resolvido quando o judeu se adaptar à civilização, ao background cultural e aos padrões de vida da nação à qual — por ter nela nascido e sido educado — ele está relacionado e pela qual deve ser assimilado. Isso será conseguido pela superação do orgulho da raça e do conceito de seletividade; virá pela renúncia dos dogmas e costumes que são intrinsicamente obsoletos e que criam pontos de irritação continua na matriz em que os judeus vivem; ela virá quando o egoísmo nas relações comerciais e as pronunciadas tendências manipulativas do povo hebreu forem substituídos por formas de atividade mais altruístas e honestas” [15] (itálico do autor).

 

Naturalmente, podemos ver todos esses traços e características em toda a humanidade, seja nos libanieses, americanos ou chineses. A citação acima é confirmada por muitos comentadores judeus; abaixo, um exemplo desses comentários:

 

“Portanto, a guerra contra a Palestina é inequivocamente uma guerra territorial e por aumento de assentamentos (ocupação). Em outras palavras, no lado ocidental e em Gaza, as pessoas morreram e estão morrendo por causa de terra. Desde Golda Meir até Ehud Olmert, tem sido mantida a mentira de que a guerra com os palestinos é por existência e sobrevivência e que tem sido imposta sobre Israel, quando, na verdade, é uma guerra por um estado real, por uma duna após outra, terras que não nos pertencem”. [16]

 

O sionismo é um dos maiores problemas, porque tenta manter o status quo. “O sionismo representa a agressão e o uso da força. Sua nota-chave é o direito de tomar o que se quer, a despeito dos outros e de seus direitos inalienáveis. Esses pontos de vista são contrários à posição dos líderes espirituais da humanidade e, por isso, os líderes do movimento sionista (...) são contra a política da Hierarquia espiritual e são contrários ao bem duradouro da humanidade.

 

(…) A ameaça à liberdade mundial está (...) nas maquinações mentirosas e enganadoras dos sionistas. (...) Os líderes do movimento sionista de agressão constituem um perigo real à paz mundial e ao desenvolvimento humano, e suas atividades têm sido endossadas pela política conveniente dos EUA em primeiro lugar e, em um grau menor, da Grã Bretanha, sob a influência dos EUA (escrito no fim dos anos 40). Foram os sionistas que desafiaram as Nações Unidas, diminuiram o seu prestígio e tornaram sua posição diante do mundo tanto negativa como sem importância. Foram os zionistas que perpetraram o maior ato de agressão desde a formação das Nações Unidas, e que foram inteligentes o bastante para obter o endosso das Nações Unidas, transformando a ‘recomendação’ original das Nações Unidas em uma ordem. A regência da força, da agressão e da conquista territorial pela força armada é demonstrada hoje pelos sionistas na Palestina, bem como a demonstração do poder do dinheiro para comprar governos. Essas atividades vão de encontro a todos os planos da Hierarquia espiritual e indicam um ponto de triunfo das forças do mal. (...) As forças do mal — detidas temporariamente pela vitória sobre o grupo maligno que Hitler reuniu em volta dele — novamente organizaram seu ataque ao desenvolvimento espiritual da humanidade”. [17]

 

É irônico que o sionismo tenha feito com que a porta onde “mora o mal” continuasse aberta, se lembramos que Hitler perseguiu os judeus. O sionismo hoje não tem menos força do que tinha e tem uma enorme influência na administração americana. [18] A América testemunhou o uso exagerado da força no Líbano e quase não fez nada sobre isso. A Bretanha também. As duas nações acomodadas repitiram o papel que desempenharam após a II Guerra, quando falharam em resolver o problema. (Naturalmente, existem outras agendas em andamento hoje em dia e várias razões para esta inação):

 

“A exaustão pela vitória da II Guerra foi a mais provável razão para a falta de vontade da Grã Bretanha em implementer uma política que não fosse aceitável para os dois lados, e pela sua recusa em compartilhar a administração da Palestina durante o período de transição. Por isso, a Bretanha transferiu a questão para a ONU e estabeleceu a data de 15 de maio de 1948 para encerrar seu mandato. (...) Obviamente, havia uma urgência e uma necessidade de segurança e proteção, estimulada pelo holocausto na Europa, que forçou a imigração dos judeus.

 

Embora a América tenha favorecido a emigração dos judeus para a Palestina, ela não quis receber mais judeus em suas terras no período em que foi sugerida a divisão da Palestina. Havia, também, muito sentimento anti-judeu nos EUA e na Bretanha depois da II Guerra Mundial, apesar da grande simpatia pelas vítimas do holocausto. Esse parece ser o fator mais importante que poderia ter mudado a atitude das outras nações para receber os judeus emigrantes, resolvendo, portanto, a nessecidade de um estado judeu”. [19]

 

Com O Que Israel Pode Contribuir em Cooperação Mútua?

 

Com muito! Israel tem a capacidade para contribuir muito com seus vizinhos no Oriente Médio. Seu mapa com ascendente em Aquário o relaciona ao darma de criar uma grande comunidade, um “sangha” ou “kibbutz”, o modelo de um estado mundial ideal. Os regentes exotérico e esotérico de Aquário são Urano e Júpiter e eles estão em íntima oposição no mapa de Israel. Plutão em trânsito, regente do primeiro raio (Kali, a destrutora), está em oposição a Urano. O ponto de menor resistência está sendo ativado, já que Plutão força e destrói, enquanto Urano busca uma auto-expressão individualista que fica aprisionada por sua própria ideologia revolucionária.

 

As possibilidades mais elevadas são ilimitadas, pois esse trânsito sobre os regentes do signo ascendente oferece uma grande oportunidade para a alma do povo judeu em Israel. Cooperação grupal, unidade e amor aos seus vizinhos — ajudando a criar a Nova Jerusalém. Entretanto, parece que, até agora, ele não ouviu o chamado de sua alma e está seguindo a “linha dura” de Saturno em Leão — no retorno de Saturno. Provavelmente, Israel receberá algumas lições extremamente duras, que farão com que a nação fortaleça a busca de sua alma. Porém, essa busca da alma só pode acontecer quando ele se liberar de (ou quebrar) seu sentido ilusório de eu (seu “ahamkara”), de ser “o povo escolhido”, abrindo mão do orgulho, da arrogância e do credo dogmático ultrapassado — em outras palavras, seu “morador no umbral” ou sua sombra.

 

Conflito Regional, Conflito Mundial: O Ciclo de Ódio e Vingança

 

Desde a virada do século, um grande perigo surgiu em um ciclo de ódio, vingança e dor. O ódio a Israel e às nações ocidentais, por parte de muitos no mundo árabe ou islâmico, está escalando a cada dia. Isso vai exigir muita habilidade na ação por parte de organismos como a ONU, e pergunta-se se a situação já não foi longe demais.

 

Para os que se preocupam em ver com clareza a situação política no mundo, que não haja engano, a situação no Oriente Médio está tão perigosa quanto sempre esteve. Ela pode se expandir e virar um conflito regional com a Síria e o Irã, e isso pode transformar-se em um conflito mundial, que pode ver a “humanidade ir para o inferno”. Os estudantes estão lembrados do aviso de alerta dado por DK:

 

“O judaismo ortodoxo, junto com todas as outras crenças [islamismo e cristianismo], deveriam dar-se conta de que não existe nenhum desejo de fazê-los cristãos (no sentido comum do termo), mas deveriam todos se mover para a busca de uma síntese amorosa e para eliminar seus antagonismos e rivalidades mútuos com igual urgência. Essa afirmação também inclue as fés cristãs. Que o Vaticano cesse seus esquemas políticos, sua exploração das massas e sua ênfase sobre a ignorância, é igualmente importante; que as múltiplas divisões das igrejas protestantes sejam resolvidas é imperativo. Se nenhuma dessas coisas acontecerem, a humanidade será conduzida a uma guerra religiosa que fará com que a guerra passada [a II Guerra Mundial] pareça brincadeira de criança; o ódio e o antagonismo contaminarão populações inteiras e os políticos de todas as nações tirarão vantagem da situação para provocar uma guerra que pode muito bem levar ao fim da humanidade. Não existem ódios maiores ou mais profundos do que os alimentados pela religião. Essa guerra incipiente é contrária à vontade-para-o-bem do Senhor do Mundo e a qualquer plano mundial; ela pode ser evitada através da boa vontade. Essa é a afimação mais importante nesta mensagem, com relação à humanidade” [20] (itálico do autor).

 

O Fim da Era de Peixes

 

A reflexão sobre tudo isso acima indica que a humanidade ainda está bem firme e fixada na Era de Peixes, embora sentindo fortemente a atração da Era Aquariana, por isso os conflitos terríveis. Embora ainda estejamos na cúspide de Aquário (cujo início astronômico é no ano 2117 dC), [21] a Era de Peixes está em “espasmos” e em direção ao seu suspiro final. A plenitude de expressão da Era de Peixes passou há muitos anos, e agora está lidando com a sombra que foi criada durante os 2000 anos passados.

 

Essa foi uma era caracterizada por sistemas de crença religiosa, cujas ideologias, muitas vezes, se chocaram em nome de seus respectivos deuses. E, naturalmente, foi uma era fortemente influenciada pelo sexto raio de devoção ou idealismo abstrato:

 

“Todas as guerras religiosas ou cruzadas originaram-se do fanatismo do sexto raio. O homem neste raio tem freqüentemente uma natureza afável, mas, sempre pode inflamar-se em fúria e ira ardente. Ele dará a vida pelos objetos de sua devoção ou reverência, mas não levantará um dedo para ajudar os que estão fora do seu círculo de simpatia. Como um soldado, ele odeia lutar, mas quando tem que estar em um campo de batalha, luta como um possesso”. [22]

 

Sagitário é o signo da religião e dos sistemas filosóficos, enquanto Plutão é o Senhor das Profundezas, que faz com que o inconsciente/subconsciente venha à superfície. Por isso, o trânsito de Plutão em Sagitário (até o ano de 2008) está mostrando os piores aspectos de todas as religiões mundiais e das redundantes idéias fanáticas. Pode ficar pior antes de melhorar, por isso cultive o seu otimismo e pensamento dirigido!

 

Phillip Lindsay © 2006.


[1] Astrologia Esotérica, Alice A. Bailey. p. 428.

[2] Astrologia Esotérica, Alice A. Bailey. p. 540.

[3] Astrologia Esotérica, Alice A. Bailey. p. 299.

[4] Veja artigos sobre Leão em Ciclos de Alma dos Sete Raios por este autor.

[5] A Exteriorização da Hierarquia, Alice A. Bailey. p. 161.

[6] Os Raios e as Iniciações, Alice A. Bailey. p. 314.

[7] Os Raios e as Iniciações, Alice A. Bailey. p. 754.

[8] A Exteriorização da Hierarquia, Alice A. Bailey. p. 87.

[9] Astrologia Esotérica, Alice A. Bailey. p. 167.

[10] A Exteriorização da Hierarquia, Alice A. Bailey. p. 278.

[11] Discipulado na Nova Era II, Alice A. Bailey. p. 534.

[12] Psicologia Esotérica I, Alice A. Bailey. p. 394.

[13] Psicologia Esotérica I, Alice A. Bailey. p. 134.

[14] Veja “A História da Raça Judia: Desde o Primeiro Sistema Solar Até Israel” em O Destino das Raças e das Nações, por Phillip Lindsay. (www.esotericastrologer.org “Varuna’s Bookstore”)

[15] Cura Esotérica, Alice A. Bailey. p. 267.

[16] “O Estado Real de Guerra” por Gideon Levy, do boletim/rede (judaico) Tikkun.

[17] Os Raios e as Iniciações, Alice A. Bailey. p. 681.

[18] Veja o artigo sobre “Neocons” em www.esotericastrologer.org.

[19] Parafraseado de Britannica 2003.

[20] A Exteriorização da Hierarquia, Alice A. Bailey. pp. 544-5.

[21] Veja o artigo “Ciclos Zodiacais e de Raios em Astrologia Esotérica” em O Destino das Raças e das Nações, por Phillip Lindsay (ou: www.esotericastrologer.org).

[22] Psicologia Esotérica I, Alice A. Bailey. p. 209.
Todas as indicações de páginas referem-se à edição inglesa.

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